Para abranger o assunto, é necessário considerar a definição de carne commodity, que se trata de um produto com nível de qualidade que é segura ao consumidor e que é a obrigação mínima do produtor oferecer este tipo de qualidade.
Partindo deste princípio, encontramos uma nova cultura de consumo ainda em expansão relacionada a demanda de um nicho de mercado de carne bovina, que aprecia um produto especial e de alta qualidade, possibilitando então uma abertura a proteínas de maior valor agregado.
E consequentemente, abrindo caminhos para uma nova realidade dentro da pecuária brasileira de corte tradicional.
Segundo especialistas, atualmente o território nacional possui uma alta escala de carne bovina commodity, ou seja, um produto com menor valor agregado visando a produção em escala.
Afinal, o nosso país é popularmente conhecido como o celeiro do mundo e a carne produzida aqui trata-se sem dúvidas de uma commodity.
É válido ressaltar que o Brasil exporta para diversos países com mercados exigentes quanto a produção e qualidade. Sendo assim:
Commodity pode ser sinônimo de “matéria-prima”, porque são produtos usados na criação de outros bens e ao ocorrer essa conversão em commodity, uma matéria-prima passa a ter um valor unitário padrão fixado que é realizado a partir de um preço-base definido em uma bolsa de valores internacional. (MARTINO, 2019)
Considerando que a carne commodity possui boa qualidade e leva como característica ser menos valorizada que as conhecidas carnes especiais, tal fato é resultante de uma falta de padronização das boiadas (REIS, 2018).
Em contrapartida, a produção de carnes especiais necessita dessa padronização, iniciada desde a escolha do material genético a ser utilizado, o que certamente objetiva um produto de maior valor agregado.
Segundo REIS (2018), apesar do Nelore ser a raça mais criada no território brasileiro não é a razão da maior produção de carne commodity em relação às carnes especiais.
Uma avaliação de programas de certificação de raças bovinas mostra que não há uma raça detentora da qualidade da carne bovina e afirma que é possível a produção de carnes especiais com diversas raças e/ou cruzamentos, incluindo a Nelore.
Assim, se as regras forem certamente seguidas podem resultar para o produtor uma melhora na remuneração mesmo com um custo de produção, que nesse caso, é normalmente mais alto.
Os frigoríficos de commodity buscarão rendimento para produzir commodity e os de alta qualidade vão buscar alta qualidade, ficando como responsabilidade da empresa deixar clara essa diferenciação do produto (SALOMÃO, 2020), pela sua transformação em um bem com características e identidade própria com o intuito de também quebrar essa ideia “negativa” de commodity, agregando valor e permitindo que o produtor passe a administrar o preço de venda deste nicho (MARTINO, 2019).
O surgimento das marcas de carne é um indício de que o consumidor quer alternativas às carnes comuns, ou seja, é o mercado direcionando para onde devemos ir.
Na bovinocultura há espaço para os dois tipos de carnes abordadas no texto, e vale ressaltar que a carne commodity segue padrões de produção e especificações apresentando nível de qualidade adequado, seguindo com a sua importância para a economia do país e a tendência do segmento de carnes especiais pelo alto padrão pode também ser interessante e contribuir positivamente ao que já produzimos com excelência.
REFERÊNCIAS:
Reis, F. “A pecuária brasileira e o mercado de carnes especiais”; Scot Consultoria. Disponível em: https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/artigos/48906/a-pecuaria-brasileira-e-o-mercado-de-carnes-especiais.htm
Salomão, R. “Mudança do consumidor traz “nova realidade” para pecuária bovina”; Rural Pecuária. Disponível em: https://ruralpecuaria.com.br/noticia/mudanca-do-consumidor-traz-undefinednova-realidadeundefined-para-pecuaria-bovina.html
Martino, P. “O que é carne commodity?”; Carne com ciência. Disponível em: https://www.carnecomciencia.com.br/o-que-e-carne-commodity/
Sobre a COIMMA
A Coimma é uma empresa respeitada pela sua história, pela sua contribuição no desenvolvimento da pecuária e pela sua participação ativa no mercado e na comunidade empresarial, tanto a âmbito estadual quanto no nacional.
Redes sociais:
Postagem Anterior
Comente: