O período de transição das vacas leiteiras se inicia três semanas antes do parto e se estende ainda por mais três semanas pós parto, portanto, o parto é um evento muito estressante para os bovinos de leite sendo que o objetivo maior deve ser assegurar às vacas as melhores condições para que elas se recuperem desse evento e tenham como manter uma boa produtividade e uma boa saúde ao longo da lactação.
As vacas passam por uma fase de balanço energético negativo no início da lactação, devido à redução no consumo de matéria seca. Se não receberem o manejo adequado, correm o risco de sofrer fortes impactos na saúde, no desempenho produtivo e na fertilidade também.
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Amenizar o máximo possível os fatores que interferem no consumo de matéria seca das vacas.
As vacas leiteiras de alta produção necessitam imediatamente após o parto, ingerir grande quantidade de nutrientes, particularmente energia e proteína para serem capazes de sustentar a síntese de leite que aumenta linearmente até atingir um pico entre as 4 e 8 semanas pós-parto, porém, o pico de ingestão de matéria seca ocorre somente por volta das 10 a 12 semanas pós-parto, resultando em um quadro de balanço energético negativo (BEN), já que o consumo de matéria seca (CMS) ainda é insuficiente para atender totalmente os requerimentos energéticos da vaca em lactação.
O BEN resulta em perda do escore de condição corporal (ECC) à medida que a vaca mobiliza reservas de gordura para suportar a produção de leite e atender aos requerimentos de energia e devemos oferecer condições para que as vacas não sejam ainda mais sobrecarregadas nesta época.
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Não negligenciar o bem estar animal da vaca.
É preciso dar atenção especialmente ao estresse térmico, minimizando os efeitos das altas temperaturas com ventiladores e aspersores e o uso de aditivos tem se tornado uma estratégia interessante para amenizar o estresse térmico de vacas leiteiras.
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Manter o calendário de vacinas em dia, ou seja, vacinas contra pneumonia, clostridiose e diarreias virais e bacterianas devem ser aplicadas 30 dias antes do parto.
A gestação provoca alterações fisiológicas no organismo das vacas, e uma dessas mudanças é a baixa imunidade, que as torna mais suscetíveis a doenças.
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No início do período seco deve-se realizar um tratamento preventivo contra a mastite.
Como parte do controle sanitário, devemos ficar atentos ao aparecimento de mastite subclínica e tratar os animais se necessário e tal cuidado com os tetos deve ser feito sempre, independentemente do tipo de ordenha que se faça na fazenda.
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Fornecer um manejo nutricional adequado!
Quanto mais produtiva for a vaca, maior será o seu requerimento de nutrientes, por isso, o manejo alimentar durante esse período é fundamental, promovendo uma adaptação dos animais para a ração de início de lactação.
A produção de leite sofre um rápido aumento durante o pós-parto, como já citado no item 1 e sabemos que as vacas não consomem alimento suficiente para suprir a demanda de nutrientes necessários na produção de leite, em especial quando se trata de proteína e energia.
E consequentemente, o tecido adiposo e muscular são mobilizados para suprir essa demanda de energia e a vaca emagrece.
Algumas estratégias são comumente utilizadas como aumentar a quantidade de amido deixando a dieta mais energética, deve-se avaliar o processamento desse amido e garantir um consumo ideal de nutrientes. A fibra na ração total nunca poderá ser menor do que 25% de FDN, dando uma atenção especial a forma física desta que terá como função a estimulação da ruminação e manter o bom funcionamento do rúmen (ideal no mínimo 21% de FDN fisicamente efetivo).
BÔNUS: Monitorar a cetose
A cetose é uma doença decorrente do distúrbio metabólico e do balanço energético negativo que podem ocorrer no pós-parto.
O problema surge quando o consumo de nutrientes ao final da gestação e no início da lactação são insuficientes para atender as exigências de nutrientes da vaca.
Isso faz com que haja uma mobilização excessiva de gordura corporal, provocando um acúmulo no fígado, portanto, a cetose está associada ao baixo pico de lactação e deve ser monitorada de perto, pois pode acarretar em uma queda brusca na produtividade da vaca.
E para não cair nesse problema é necessário criar uma estratégia em detrimento dos fatores citados acima e estimular um maior consumo de alimentos, fornecendo forragens de alta qualidade, ração balanceada em proteína bruta (PB), proteína degradável no rúmen (PDR) e proteína não degradável no rúmen (PNDR) e também se deve uma atenção adequada entre amido e carboidratos não fibrosos e o tamanho de partículas da dieta total.
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