Recentemente, o Ministério da Agricultura suspendeu temporariamente a exportação de carnes para a China, após a confirmação de dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB), nome técnico do mal conhecido popularmente como doença da vaca louca, em bovinos.
O mal que ficou conhecido mundialmente após o surto da doença entre as décadas de 80 e 90, no Reino Unido, tornava os animais perigosos, daí seu nome, e também assustava porque podia haver contaminação de humanos.
Mas afinal, o que é a doença da vaca louca? Por que acomete bovinos e como prevenir? Confira mais sobre o assunto neste artigo!
O surgimento da doença
Na história, o primeiro grande surto da doença da vaca louca teve seu auge entre 1992 e 1993, quando foram confirmados quase 100 mil casos no Reino Unido.
Estima-se que 180 mil cabeças de gado tenham sido afetadas e mais de 4 milhões de animais foram sacrificados na época.
Durante este período, o consumo de carne bovina ficou, inclusive, proibido naquele país.
O que é a doença da vaca louca?
Trata-se de uma doença rara neurodegenerativa causada por príons, que são proteínas anormais, que se instalam no cérebro e levam ao desenvolvimento gradual de lesões definitivas.
A doença da vaca louca tem esse nome devido ao fato de que em função da destruição das células nervosas, os bovinos pressionavam a cabeça sobre superfícies duras na tentativa de aliviar os sintomas.
A doença da vaca louca é rara de acontecer em pessoas, no entanto o consumo de carne infectada de bovinos contaminados por príons pode levar ao desenvolvimento da doença em humanos.
Como a vaca é contaminada?
Existem duas formas principais para o animal adquirir a doença:
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Caso de origem atípica: nele, naturalmente, o príon sofre uma mutação, se tornando infeccioso. Quanto mais velho o animal, maior a probabilidade disto acontecer;
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Contaminação: por meio do consumo de rações feitas com proteína animal contaminada, como por exemplo, farinha de carne e ossos de outras espécies. No Brasil, é proibido o uso deste tipo de ingrediente na fabricação de ração para bovinos;
É importante ressaltar que não há indícios de que uma vaca transmita a doença para a outra, mas, caso ela seja diagnosticada com o mal, deve-se colocá-la para o abate e incinerar o corpo, a fim de evitar que se torne alimento para alguma espécie. Além disso, cabe ao pecuarista informar o serviço oficial de defesa sanitária.
Principais sintomas nos animais
A doença da vaca louca tem uma evolução longa, na qual o animal apresenta sintomas neurológicos, como:
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nervosismo;
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apreensão;
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medo;
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ranger dos dentes;
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hipersensibilidade ao som, toque e luz;
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dificuldade para andar;
Estes sintomas podem ser confundidos com outras enfermidades que afetam o Sistema Nervoso Central, como raiva, intoxicações, poliencefalomalácia, herpesvírus bovino, entre outras. Por isso, é importante a sua comprovação por meio de diagnóstico laboratorial.
Quando acometido pela doença, o gado pode morrer entre duas semanas e seis meses após o início dos sintomas.
Existe tratamento para a doença?
Atualmente, não há tratamento ou vacina para a doença da vaca louca, por isso, a melhor opção é prevenir que o animal desenvolva a proteína infecciosa, usando apenas as rações autorizadas.
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