Quando pensamos em sistemas integrados de produção podemos associar quase que instantaneamente às palavras inovação e sustentabilidade. A verdade é que desde a idade média o hábito de plantio associado com culturas anuais e perenes, assim como as culturas frutíferas e madeireiras eram comumente vistos aos arredores da grande Europa.
Segundo a literatura, os sistemas integrando árvores frutíferas com a produção pecuária são datados do século XVI e a causa do seu aparente “esquecimento” foi a mecanização e a intensificação dos sistemas agrícolas, além da dificuldade da colheita manual das frutas e questões administrativas.
A realidade é que o sistema de associar as culturas foi inspirado na natureza pelos das culturas indígenas que já colocavam em prática esse sistema de produção e posteriormente, foi aprendido pelos colonizadores.
Portanto, historicamente os imigrantes europeus trouxeram para o Brasil a cultura da associação entre agricultura, pecuária e florestas, que, desde o início, foi adaptada às condições tropicais e subtropicais, segundo historiadores. Um grande exemplo disso na região sul é a prática da integração da produção de arroz inundado com pastagens.
A importância da inovação é clara para todos, mas nacionalmente, apesar de muito comentado entre os especialistas da área, a adoção de sistemas de integração é relativamente baixa, apesar da grande evolução científica observada e que tem sido objeto de muito estudo atualmente.
Deve-se levar em consideração também o cenário de degradação dos solos induziu o meio científico a buscar sistemas produtivos sustentáveis, para harmonizar o aumento de produtividade vegetal e animal unido à preservação de recursos naturais.
Registros das décadas de 1980 e 1990 evidenciam a época em que foram desenvolvidas novas tecnologias e aperfeiçoamento das mesmas para recuperar as pastagens degradadas, segundo pesquisadores. A partir desse momento iniciou as propostas que envolveriam o uso de sistemas integrados, no caso, os sistemas ILP (Integração Lavoura-Pecuária) para um consórcio entre lavoura e pastagem.

Posteriormente a necessidade do mercado por madeira e unido a busca por parâmetros zootécnicos de produção desejáveis através de uma melhora nos sistemas de criação assegurando o bem-estar animal estabelecendo condições de conforto térmico para o rebanho, resultou na inserção do componente arbóreo nos sistemas, o então muito conhecido: O sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta).
A inserção do componente arbóreo trouxe grandes benefícios ao sistema pois atua na diminuição da energia cinética da chuva, reduz o escoamento da água, favorece a infiltração no solo tornando o ambiente favorável, capaz de fechar o ciclo solo-água-planta e a recarga do lençol freático, essa água armazenada no solo será usada pelas culturas e também irá alimentar o manancial que abastece os rios na seca, garantindo uma vazão mais constante.
Além de outros benefícios, como a proteção contra vento e geadas e o sequestro de carbono intensificaram o interesse por esses sistemas.


De acordo com o gráfico disponibilizado pela Rede ILPF da EMBRAPA, essa pesquisa também evidenciou uma estimativa de que 83% das áreas com sistemas integrados utilizam a configuração ILP, 9% ILPF, 7% IPF e 1% ILF.
Portanto, a coexistência de sistemas, muito bem estruturados e planejados com a produção de grãos, carne ou leite e produtos madeireiros e não madeireiros é um dos fatores que contribuem para que a estratégia iLPF seja cada vez mais adotada em busca de maximizar a produtividade e favorecer a competitividade da agropecuária brasileira.
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