Os sistemas integrados de criação animal são considerados práticas inovadoras dentro da agropecuária nacional, pois proporcionam um microclima favorável que influencia no conforto térmico para os animais à sombra das árvores.
Uma vez que grande parte das áreas de pastagens proporcionam graus de estresse calórico aos bovinos, os impactos desse fato podem causar redução no desempenho e possíveis alterações negativas nas características da carcaça e carne dos animais.
Nos últimos anos, o número de pesquisas buscando o bem-estar animal têm se intensificado na tentativa de minimizar as perdas econômicas decorrentes dos efeitos do clima sobre a produção animal.
Portanto, a introdução do componente arbóreo na atividade pastoril, com consequente disponibilidade de sombreamento aos animais, pode propiciar proteção contra intempéries climáticas influindo positivamente na saúde e desempenho produtivo animal, podendo ainda atenuar os efeitos ocasionados nos animais em condições de estresse calórico.
Segundo estudos, é observado uma redução de consumo de alimentos e da taxa metabólica, aumento da temperatura retal e frequência respiratória, aumento do consumo de água, alterações das concentrações hormonais, aumento da sudorese e aumento da energia de mantença influenciando diretamente no desempenho animal, acarretando assim, em redução do consumo de matéria seca e diminuição do ganho de peso em animais sem disponibilidade de sombra.
Além da queda no desempenho, o estresse ocasionado pelo calor altera a qualidade da carcaça e da carne dos animais a ele submetidos por longos períodos (estresse crônico), as quais são afetadas de duas maneiras:
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Efeito no metabolismo muscular com consequências na qualidade da carne;
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Efeito no organismo desses animais que submetidos a altas temperaturas apresentam estratégias para facilitar a dissipação de calor, que podem persistir após o abate com alterações na composição da carcaça e consequências na qualidade da carne.
De acordo com pesquisadores, quanto às alterações na composição da carcaça, em revisão sobre como as mudanças climáticas podem afetar a qualidade da carne, ainda relatam que em bovinos as temperaturas ambientais elevadas podem ter efeito direto nos órgãos durante a exposição ao calor que pode persistir após o abate, com maior deposição de gordura nos depósitos internos, ao invés do depósito subcutâneo.
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