23Mai / 2016
Segundo dados do AGRIANUAL (2015), o Brasil é o 3° maior produtor mundial de milho, com uma produção no ultimo ano de 75.000.000 ton/ha. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento afirma que a princípio o cultivo do grão é para atender ao consumo na mesa dos brasileiros, no entanto essa é a menor parcela da produção. O principal destino da safra são as indústrias de rações para animais.
Em um levantamento realizado com nutricionistas de bovinos confinados no Brasil por Oliveira e Millen (2014) verificou-se que a média de inclusão de alimentos concentrados nos confinamentos é de 79%, e dentre esses alimentos o milho é o mais utilizado, numa média de 63% de inclusão, seguido pelo sorgo. No mesmo levantamento também se verificou o tipo de milho utilizado, onde no Brasil a utilização do tipo flint (duro) é de 96,5% e do dent (mole) é de 3,5%.
O milho flint é mais “duro” por ser rico em endosperma vítreo e com amido menos digestível (SANTOS et. al, 2011), sendo assim para que se otimize sua utilização, é necessário submeter os grãos a processamentos físicos e/ou químicos afim de deixar o amido mais disponível, melhorando o seu aproveitamento pelo animal e pela microbiota ruminal.
Existem diferentes métodos de se processar os grãos de milho, e segundo Hale (1973) esses métodos podem ser classificados como processamentos a seco, que consistem em quebrar, moer, laminar, tostar e peletizar, e processamentos úmidos como flocular, explodir e cozer sob pressão, onde o segundo método irá promover a gelatinização do amido, com o tratamento térmico que incorpora água ao grão e expande-o, fazendo com que se rompam as pontes de hidrogênio, aumentando assim a área de superfície do grão sujeita ao ataque dos micro-organismos e rompendo a matriz proteica do grão, o que aumenta a digestão do amido (THEURER et. al, 1999).
No Brasil os processamentos mais utilizados são de quebra e moagem fina do grão (OLIVEIRA e MILLEN, 2014), que são procedimentos mecânicos que promovem apenas mudanças físicas na estrutura do grão. A floculação ainda é um método pouco utilizado, por ser um procedimento caro e que demanda alta tecnificação. Entre outros métodos de processamento tem-se a laminação, podendo ser a seco ou úmido, a ensilagem do grão úmido, extrusão e outros com subprodutos.
Processar o grão pode oferecer vantagens, tais como: a otimização do milho, aumento do aporte de energia da dieta, diminuir o tempo de colonização das bactérias ruminais ao substrato, aumentar disponibilidade do amido e melhorar digestibilidade; e desvantagens, entre elas: aumento de custo, demanda por mais tecnologia, e equipamentos especializados. Quando o processamento não é realizado corretamente, este pode até diminuir a digestibilidade do amido.
Desta forma os diferentes métodos de processar o milho irão interferir na digestibilidade do amido e no desempenho dos animais, e o que deve ser levado em consideração na escolha do processamento são os custos e objetivos da produção, sempre visando às melhorias.
Alice Helena Peres
Graduanda em Zootecnia
FCAT – UNESP Dracena

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