O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, atingindo 224,6 milhões de cabeças no ano de 2021 (IBGE, 2022). Acompanhando a sinalização de um mercado crescente, a cadeia produtiva da carne bovina brasileira passou por uma recente reestruturação, com forte incentivo governamental, visando o fortalecimento da comercialização desta commodity.
O volume de carne bovina produzida no Brasil em 2021 foi de 9,71 milhões de toneladas de carcaça equivalente (TEC). Desse total, 2,48 milhões TEC foram exportadas, enquanto 7,24 milhões TEC ficaram no mercado interno (ABIEC, 2022). Nesse cenário, há uma pressão crescente sobre o setor pecuário, exigindo do produtor não somente o aumento da produtividade, mas também invista em um sistema produtivo cada vez mais sustentável. Onde a intensificação na utilização das pastagens torna-se vantajoso, pois permite diluir os custos fixos por meio do aumento na taxa de lotação e redução no tempo de abate. O manejo intensivo, associado à adubação, suplementação estratégica e potencial genético animal, representam as práticas que promovem maior produtividade em sistemas de produção de bovinos em pastagens.
Neste sentido, a técnica de Confinamento Expresso® que promove a suplementação intensiva em pasto com ganhos semelhantes ao confinamento convencional, vem ganhando adeptos em todo o Brasil. Considerada como estratégia de engorda que permite terminar os animais mais jovens, sem possuir uma estrutura tradicional de um confinamento, este sistema utiliza a pastagem como fonte de volumoso, e o concentrado é fornecido nos cochos.
Para tanto, é necessário um correto planejamento das áreas de pastagens a serem diferidas para acúmulo de forragem que serão utilizadas no período de terminação, levando em consideração a espécie forrageira, o tempo de diferimento, época de terminação e estratégias de adubação nitrogenada; além de um espaço de armazenamento do(s) ingrediente(s) concentrado(s). O concentrado é composto por um núcleo proteico ao qual é acrescentado uma ou mais fontes energéticas, como milho, sorgo, casca de soja, etc. Após o planejamento dietético formado, os animais são alocados nesta área de pasto, previamente vedada com fornecimento dos alimentos concentrados que podem variar de 1,2 a 2,0% do peso vivo dos animais. A taxa de lotação é determinada por meio da disponibilidade de forragem, tempo de permanência dos animais no sistema e quantidade de concentrado fornecido.
O confinamento expresso trabalha com prazo que varia de 60 a 90 dias, e cinco fases de alimentação, sendo três na adaptação, que chega a 15 dias. O concentrado é intenso, tem uma moagem mais simples, com 85% de NDT e milho duro. A taxa de lotação atinge 5,21 U.A. por hectare. Os suplementos utilizados abrangem características para os períodos de águas, transição e seca.
É importante lembrar que, as dietas utilizadas no confinamento expresso são conhecidas como “dietas de alto grão”, que se caracterizam por alta produção de ácidos graxos de cadeia curta, e consequentemente provoca queda no pH ruminal, o que pode acarretar em distúrbios metabólicos como a acidose. Neste caso, é importante um tamponamento adequado da dieta para que evite-se quedas bruscas de pH, e uma das principais alternativas é a inclusão de aditivos na dieta como os ionóforos e os tamponantes.
É imprescindível que se faça prévia adaptação dos animais de modo a prevenir problemas metabólicos. A adaptação pode variar entre 9 a 14 dias dependendo do nível de concentrado. Os ganhos de peso apresentados também são dependentes do:
- Nível de concentrado;
- Oferta de forragem;
- Potencial genético dos animais.
G. D. Knapp, proprietária da fazenda Cruzeiro em Morro Agudo/SP, está surpresa com os resultados alcançados em 2014: Dos 650 animais abatidos, 330 foram terminados em confinamento expresso. A taxa de desfrute ultrapassou 40%, o ganho de peso diário chegou até 1,7 kg, a média de saída dos animais foi de 530 kg e o rendimento de carcaça bateu em 54%. Mostrando a eficiencia em realizar essa técnica.



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