QUARTA TÉCNICA - Sistemas de Aleitamento: A bezerra de hoje, será a vaca de amanhã!

QUARTA TÉCNICA - Sistemas de Aleitamento: A bezerra de hoje, será a vaca de amanhã!

Na bovinocultura leiteira, um manejo correto com as bezerras resulta diretamente na composição do futuro rebanho da propriedade, sendo parte fundamental para obtenção de vacas leiteiras saudáveis e com índices zootécnicos desejáveis.

 Por isso, exige empenho e atenção do produtor, pois essa categoria é facilmente afetada por um manejo inadequado resultando em quedas produtivas graves.

O aleitamento de bezerras é um dos ciclos essenciais para a dinâmica do rebanho leiteiro!

 O leite é fundamental na alimentação de bezerras, principalmente para o desenvolvimento inicial do rúmen, e consequentemente deve ser oferecido na quantidade exata e de maneira correta para atender suas necessidades nutricionais, sem causar prejuízos futuros.

Entendendo as bezerras:

Ao nascer, as bezerras passam por uma fase de transição, uma vez que são denominadas como pré-ruminantes até a terceira semana de vida. 

Sendo assim, essas diferenças anatômicas determinam importantes particularidades da fisiologia e nutrição de bezerras

Nessa fase, o leite é a principal fonte de nutrientes, sendo o abomaso e o intestino delgado as principais estruturas responsáveis por sua digestão e absorção. 

  • Devemos ter uma atenção especial para a goteira esofágica nesse período, trata-se da estrutura tubular de musculatura lisa de rúmen e retículo formada por estímulos da sucção da bezerra a partir da ativação do nervo sensorial glossofaríngeo e a ação motora do nervo vago, formando um canal que conduz o leite do esôfago diretamente ao abomaso sem passagem pelo rúmen.


Veterinária UFV Anato II: GOTEIRA ESOFÁGICA

Figura (1), fonte: Cartilha Criação de Bezerras l (Adaptado: Heinrichs (2003). Feeding the Newborn Dairy Calf, Pennsylvania, State University)

 

O adequado funcionamento da goteira esofágica é importante, pois impede que a dieta líquida caia no rúmen, onde ocorre fermentação e pode causar diarreia e acidose.

Nessas primeiras semanas de vida, o organismo do animal não é totalmente adaptado à utilização de alimentos em forma sólida, tornando a formulação da dieta líquida essencial para a garantia de um bom desempenho.

Aleitar na fase pré-ruminante e introduzir diversos alimentos na fase de transição são estratégias que promovem a estrutura morfológica e a função metabólica do rúmen, acelerando seu desenvolvimento e transformando o animal em um ruminante verdadeiro.

 

A colostragem é fundamental!

 

Independente se o aleitamento for artificial ou natural, é importante o fornecimento do colostro, pois contém substâncias biologicamente ativas, principalmente fatores de crescimento polipeptídicos, hormônios esteróides, incluindo insulina, IGF-1 e imunoglobulinas como fator indispensável para a defesa imunológica da bezerra.


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Sabemos o método bezerro ao pé deve respeitar pelo menos 24 horas após seu nascimento, partindo do princípio que a bezerra junto à vaca mama entre 12 a 15 vezes no dia aproximadamente, proporcionando que o colostro passe diversas vezes pelo sistema digestivo aumentando a superfície de contato com a parede intestinal favorecendo assim a absorção de imunoglobulinas.

 

Sistemas de aleitamento:

 

Sistema de aleitamento natural:
 

O aleitamento natural ocorre quando há necessidade de manter o bezerro com a vaca durante parte ou toda lactação, normalmente devido à necessidade de sua presença para que a ordenha seja possível (Utilizado principalmente em casos de produção de baixa escala). 

Não é recomendado devido à falta de controle sobre a qualidade e quantidade do leite consumido pelo bezerro, o que faz com que exista uma desuniformidade no lote.

 

Sistema de aleitamento artificial:

Segundo Magalhães, apesar do método bezerro ao pé ser o mais natural, preservando o comportamento da espécie, as propriedades têm aleitado as bezerras de forma artificial, sendo os principais métodos utilizados o balde aberto, o balde com bicos e a mamadeira.

O aleitamento artificial permite racionalizar o manejo dos animais, ordenhar a vaca com mais higiene e controlar a quantidade de leite ingerida pela bezerra.

A mamadeira e o balde com bicos são considerados os métodos que mais se aproximam do comportamento natural da mamada na vaca, pois favorecem a salivação e aumento da liberação de enzimas digestivas.

Muitos produtores utilizam leite de descarte de vacas com mastite ou em tratamento com antibiótico, o que não é recomendado pois trata-se de um alimento que não apresenta bom valor nutritivo, além de não ter boa qualidade sanitária.

Sucedâneos: 

Sucedâneos são produtos em que os constituintes lácteos são substituídos parcialmente por constituintes de origem animal ou vegetal. Tais substitutos não prejudicam o desenvolvimento dos animais. E, segundo o NRC (2001) os sucedâneos lácteos para bezerros devem conter no mínimo 20% de proteína bruta.

Lembrando que: Nenhum sucedâneo substitui o colostro!

Considerando os três métodos de aleitamento artificial apresentados, pesquisadores não observaram diferença no ganho de peso dos animais. 

A promoção do desenvolvimento ruminal e o estabelecimento da microbiota ruminal são princípios fundamentais e seus efeitos impactam no desempenho produtivo ao longo da vida e na saúde de ruminantes adultos, por isso uma atenção ao sistema de aleitamento é fundamental.

 

Sobre a COIMMA

A Coimma é uma empresa respeitada pela sua história, pela sua contribuição no desenvolvimento da pecuária e pela sua participação ativa no mercado e na comunidade empresarial, tanto a âmbito estadual quanto no nacional.

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