O leite instável não-ácido (LINA) se caracteriza por acarretar alterações nas suas características físico-químicas e tal problema acomete rebanhos leiteiros e pode afetar sua qualidade nutricional, e pode provocar significativos prejuízos a cadeia produtiva do leite.
Tratando-se de um problema multifatorial, cujos fatores são relacionados à execução do teste (concentração do álcool), ao manejo (alimentação, clima, relação homem-animal), ao animal (suscetibilidade ao estresse, potencial produtivo, estádio da lactação, sanidade, problemas digestivos e metabólicos, frações da caseína), entre outros.
A principal alteração identificada é a perda da estabilidade da caseína ao teste do álcool, resultando em precipitação positiva, sem haver acidez elevada do leite.
O LINA é uma alteração cujas causas ainda não estão claramente definidas e, portanto, esses resultados levam a confusões, pois o leite é erroneamente interpretado como ácido, penalizando o produtor sem que esse possa identificar o que acontece no rebanho.
O teste do álcool é utilizado pelas indústrias lácteas para avaliar a qualidade do leite nas unidades de produção leiteira, e as amostras positivas são descartadas por não serem consideradas aptas aos processos. Resultados positivos ao teste do álcool (precipitação) podem ocorrer devido à redução de pH, pela fermentação da lactose até a produção de ácido lático, resultando na instabilidade da proteína.
Os microrganismos mesófilos são responsáveis por essa fermentação e ocorrem em situações de falta de higiene e de refrigeração na produção de leite e no caso do LINA, a perda da estabilidade não está associada à contaminação bacteriana e não é causada pela acidez elevada.
As causas da instabilidade não estão totalmente esclarecidas. Há indicações de que silagens com elevado teor de fibra e excesso de concentrados protéicos, fatores capazes de alterar o equilíbrio cálcio-magnésio, podem ocasionar reações positivas à prova do álcool (Velloso, 1998).
Segundo Barros (2001), as variações na estabilidade do leite têm sido relacionadas a dietas ou pastos ricos em cálcio, com deficiências ou desequilíbrios minerais (Ca, P, Mg) e a mudanças bruscas da dieta.
Portanto, o manejo incorreto da dieta dos animais, ocasionando déficit nutricional, tem sido um dos principais fatores responsáveis pela presença de LINA. Dietas desbalanceadas e longos períodos de restrição alimentar podem aumentar a apoptose das células epiteliais mamárias e modificar a composição e o pH do sangue, alterando os componentes do leite e sua estabilidade perante ao teste do álcool.
Além de fatores como desiquilíbrio mineral, estresse térmico, fase de lactação e também a genética que contribuem para o aparecimento de LINA no rebanho.
Algumas medidas podem ser eficientes para prevenção de LINA:
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Oferecimento de dietas balanceadas,
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Oferecimento de um ambiente que não cause desconforto ao animal,
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Descarte vacas geneticamente susceptíveis a produção de LINA,
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Controle preciso do período de lactação da água.



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