Com a demanda de abates no Brasil devido ao mercado de proteína animal aquecido, o transporte desses animais da fazenda para os frigoríficos é uma atividade complexa que quando não ocorre adequadamente pode acabar acarretando grandes prejuízos.
De início, trata-se de uma união de fatores que abrangem desde as características do veículo, da estrada, na qualidade da condução, do estado que o animal entrou no caminhão para ser transportado, da duração da viagem e das condições do clima durante o trajeto. De fato, é importante que em qualquer situação a recomendação geral é que o veículo tenha uma boa condição para acomodar o animal e evitar qualquer tipo de acidente que possa acontecer durante esse transporte.
Hidratação dos animais é lei, principalmente em caso de viagens longas, porque o animal pode perder muita água pela urina, pelas fezes, pelo suor e chegar desidratado ao frigorífico pois dependendo do nível da desidratação, mesmo tendo acesso a água no frigorífico, pode não ser o suficiente para o animal recuperar a sua condição normal e pode implicar na qualidade da carne depois.
A legislação brasileira determina que os animais não passem mais do que 12 horas embarcados sem comida e sem água. Em viagens mais longas que esse período, o ideal seria que os animais fossem desembarcados e recebessem comida e água. Também deve-se levar em consideração que a partir de 6 ou 8 horas de viagem, o animal cansa e começa a deitar dentro do caminhão e devido à alta densidade pode ser pisoteado pelos outros animais, causar hematoma na carcaça e pode fazer com que os outros animais caiam. Essa situação pode resultar em morte do animal em casos mais graves. Portanto, se ver um animal deitado em seu caminhão e tente levantá-lo, pois quando morre um animal no caminhão, é o motorista que arca com o prejuízo.
Para transportar bovinos, o motorista deve ter, além de um treinamento básico e experiência pois nem sempre encontramos estradas com boas condições. Um fato não importa a distância a ser percorrida, mas sim quanto tempo se leva de um lugar a outro. Isso porque há viagens que, apesar de relativamente curtas, são terríveis para o gado porque são feitas em estradas cheias de buraco, que fazem com que os animais caiam muito.
Então, fique ligado nesse checklist de boas práticas no transporte bovino:
O Planejamento é fundamental.
Tudo precisa ser definido com antecedência em união com todas as etapas unidas nesse transporte.
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Muita atenção na documentação! O transporte correto dos bovinos exige documentação. Desde a responsabilidade da fazenda, aqui incluído o GTA (Guia de Trânsito Animal), notas fiscais com origem e destino, identificação dos animais e atestados de sanidade. E outros da transportadora como documentos do veículo e habilitação dos motoristas.
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Acessos: O destino da frota deve ser o mais adequado possível. Afinal, a fazenda deve garantir bom acesso aos animais, minimizando riscos de acidente e atolamento. Também é importante agendar a chegada e saída evitando muito trânsito ou outras complicações na rotina da fazenda.
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Atenção, motorista! Você é o responsável: Todo o trabalho dentro da porteira agora está em suas mãos. A responsabilidade dos animais desde a saída até a chegada. Portanto, o motorista estar em boas condições físicas e mentais, treinados para realizar o trabalho com cuidado e responsabilidade. Devem conhecer com antecedência a rota da viagem e conferir documentos e devem possuir um plano de viagem com os locais e horários de parada. Precisam evitar alta velocidade e movimentos bruscos e traçar possíveis planos de emergência caso algum imprevisto aconteça.
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Veículo e número de animais no transporte: A utilização de veículos que acomodem bem os animais e que estão com a manutenção em dia é lei.
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Piso: Devem ter um tapete de borracha e por cima uma grade de ferro quadriculada (30cm x 35cm) para evitar quedas e escorregões.
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O embarque: Cuidado para não deixar espaço entre o compartimento de carga e o embarcadouro.
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Forneça água! Como já dito no texto, hidratação é um princípio impreterível.
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Saída: Não sair imediatamente após o embarque, dando tempo para uma checagem dos animais. Saia devagar e depois pare para verificar se todos os animais estão de pé.
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Inspeções durante a viagem: Verificar sempre se há animais deitados e se tudo está bem. Se deitarem, correm o risco de serem pisoteados.
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Transporte de animais debilitados: Neste caso deve haver mais espaço e as inspeções devem ser mais frequentes, sendo que, animais extremamente debilitados não devem ser transportados.
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Desembarque: Deve ser rápido, sem agressões e com espaço para receber os animais. Água potável deve estar disponível.
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Limpeza do veículo: A limpeza e desinfecção do carro deve acontecer logo após o desembarque.



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