Impactos das enfermidades parasitárias na bovinocultura

Impactos das enfermidades parasitárias na bovinocultura

Por: Istéfani Garcia dos Santos; Daniela Scantamburlo Denadai

 

A presença de doenças parasitárias é constante nos rebanhos bovinos brasileiros, tanto em sistemas convencionais quanto orgânicos, e o conhecimento dessas doenças é essencial para a implementação de estratégias de controle adequadas e aumento da rentabilidade das fazendas. 

As avaliações econômicas são muito úteis no manejo da saúde animal, incluindo a adoção de medidas de controle e prevenção baseadas em análises financeiras e de dados, visto que as doenças podem impactar consideravelmente na produção de gado, por exemplo, com custos de tratamento, prevenção, assistência técnica, desempenho reduzido e/ou qualidade da matéria-prima. 

As enfermidades parasitárias têm impacto negativo na atividade pecuária, pois causam diminuições no desempenho produtivo e reprodutivo, mortalidade de animais, gastos com manejo e assistência técnica para diagnóstico e tratamento das enfermidades, custos com o tratamento ou prevenção, além da compra de novos animais para substituição dos indivíduos descartados do rebanho.

Os animais jovens são altamente susceptíveis às infecções parasitárias, sendo observado atrasos no crescimento e desenvolvimento dos animais doentes, o que acarreta retardo na cadeia produtiva. Adicionalmente, em adultos, observa-se frequentemente a perda de peso e queda na produção leiteira.

Não obstante, o uso exagerado ou o mau uso de medicamentos para controle, sem a devida assistência médico-veterinária, contribui para o desenvolvimento de resistência aos vermífugos, além de poder resultar em resíduos contaminantes no ambiente, na carne e leite desses animais.

Também pode ocorrer condenação total ou parcial de carcaças nos frigoríficos, visto que algumas verminoses causam alterações em órgãos e na carcaça, como por exemplo a cisticercose, hidatidose e fasciolose.

O manejo sanitário é essencial no controle e profilaxia das doenças parasitárias que afetam os índices produtivos e reprodutivos na bovinocultura, que pode ser realizado através de técnicas de procedimentos sanitários e manejo na propriedade, como o manejo rotacionado de pastagens.

As infecções parasitárias têm causa diversas, cuja distribuição apresenta variações regionais e sazonais, que compreendem em diversas famílias e gêneros. Os endoparasitas mais representativos nos bovinos pertencem a família Trichostrongylidae, com destaque para os gêneros Haemonchus spp., Ostertagia spp., Trichostrongylus spp., Cooperia spp.

A epidemiologia das doenças parasitária muda ao longo dos anos, com base em fatores de origem humana e ambiental, e o progresso dos métodos diagnósticos permite aprofundar a etiologia com a identificação das cepas parasitárias. Porém, são necessárias investigações constantes, visto o surgimento de doenças parasitárias emergentes e consequente risco zoonótico.

É de suma importância a conscientização dos produtores sobre as altas taxas de prevalência de parasitas em animais não tratados, e sobre o uso adequado de medicamentos anti-helmínticos, evitando-se resistências e resíduos nos produtos destinados ao consumo humano.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

 

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