QUARTA TÉCNICA- Confinamento: Erros que você não deve cometer

QUARTA TÉCNICA- Confinamento: Erros que você não deve cometer

O sistema de criação intensiva tem sido uma ferramenta para otimizar a cadeia de produção da bovinocultura, comprimindo as dimensões de espaço, reduzindo o tempo e aumentando a taxa de ganho do rebanho, levando assim à redução do tempo de abate e proporcionando maior facilidade para terminação. 

Essa união resulta em um produto final de melhor qualidade, sendo naturalmente destaque na hora da compra e também bonificado por qualidade. 

Por isso, é necessário que exista um cuidado do produtor para a atividade ter margem, com o intuito de aumentar a rentabilidade do investimento. 

Deste modo, é fundamental que os erros mais comuns relacionados ao confinamento sejam, quando possível, evitados e corrigidos para que a atividade tenha a produtividade e lucratividade esperadas.

Assim, neste artigo aprofundaremos nesses possíveis erros e entenderemos como evitá-los. Confira!

10 principais erros cometidos em confinamento

Segundo Sérgio Raposo de Medeiros, pesquisador em Nutrição Animal na Embrapa Gado de Corte, os principais erros cometidos nos confinamentos são: 


Agir no improviso: 

A vantagem do confinamento é ter controle sobre os fatores de produção, contabilizando as entradas e saídas, a ideia base é que tudo correrá conforme o estimado. 

Portanto, planejar e estar à frente de um confinamento demanda uma gestão impecável e se não existir disposição para assumir tal postura de dedicação a essa estratégia, unida à rotina diária de trabalho e dedicação aos investimentos elevados, é necessário ponderar antes de embarcar nesse sistema. 

Agir no improviso não é uma opção.
 

Instalações Inadequadas: 

Os principais problemas observados em instalações de confinamento são a má drenagem, falta de inclinação do terreno, inclinação a favor do cocho, espaço linear de cocho insuficiente e sombra inadequada. 

Fique atento se dentro do seu confinamento está tudo dentro dos parâmetros corretos.
 

Tratamentos Sanitários insuficientes:

Na maioria das vezes não há necessidade de grandes intervenções e costuma ser interessante vermifugar só no momento da entrada dos animais (Sendo um anti-helmíntico eficaz e de amplo espectro), pois no ambiente do confinamento a possibilidade de re-infestação é baixa. 

O esperado é que os animais tenham recebido as vacinas obrigatórias conforme as normas sanitárias vigentes para a área onde se encontra o confinamento, ainda podendo ser recomendada pelo técnico responsável as mais comuns, como contra o botulismo e a contra doença respiratória.
 

Seleção inadequada de animais:

Nesse caso, o recomendado é selecionar animais com alto potencial de ganho e com grau de terminação médio para baixo, além de possuírem um bom estado geral de saúde e serem semelhantes.
 

Lotes heterogêneos: 

Lotes com animais muito diferentes fazem com que seja necessário fazer uma dieta que atenda os animais mais exigentes, o que significa que muitos animais vão consumir uma dieta que está acima do que ele realmente necessita, resultando em um confinamento menos eficiente.
 

Dieta inadequada:

Para cada situação em particular há a dieta ideal, não existe uma receita de bolo. 

Tudo deve ser ponderado, desde os alimentos disponíveis e seus preços, os animais que serão terminados, o peso inicial e o de abate desejado, se as características e circunstâncias locais interferem em qual será a dieta ideal, que ainda muda de ano para ano e até dentro do mesmo ano, se há mais de um tombo dentro do confinamento.
 

Falta de adaptação:

 A adaptação consiste em fazer um aumento gradual do concentrado para adaptação da flora ruminal e dos órgãos dos animais à nova dieta. 

A falta ou o insuficiência de tempo de adaptação à dieta de confinamento pode causar distúrbios nutricionais, dificultar a estabilização do consumo, reduzir o desempenho temporariamente ou mesmo por todo período de confinamento. 

De fato, é muito comum o pecuarista achar que está perdendo tempo ao fazer a adaptação, mas ele está garantindo que os resultados previstos sejam obtidos e evitando muita dor de cabeça.
 

Manejo de alimentação inadequado:

Os erros comuns no manejo da alimentação no confinamento são deixar de monitorar o consumo dos animais, não monitorar a umidade dos volumosos, diluir o concentrado com o volumoso, fornecer a dieta em uma única refeição ou com espaço de tempo inadequado e fornecer dietas mal misturadas.
 

Ponto de abate:

Animais já terminados não devem ser mantidos no confinamento, eles têm alta exigência de manutenção, vão comer mais que o restante e seu ganho é praticamente gordura, o que acarreta uma péssima conversão alimentar. Prejuízo na certa.
 

A água é muito importante!

Considerando tantas exigências do animal, a água tende a ser deixada de lado, o que é um grande erro. 

A água deve ser de boa qualidade, temperatura adequada e deve haver disponibilidade suficiente para garantir que o animal beberá quando necessário e também quanta água desejar. 

O monitoramento é fundamental na hora manter os bebedouros limpo e isento de contaminantes que possam prejudicar a qualidade da água.

Segundo Medeiros, todas as ações dentro de um sistema intensivo devem ser ponderadas e existir um bom planejamento para que a união de todos os itens citados acima garanta que a conta fique positiva. 

Portanto, ações como a adoção de instalações adequadas, possuir animais de bom potencial produtivo e que respondam bem à dieta, consequentemente, a formação de lotes homogêneos, além da adoção de um bom protocolo de adaptação à dieta na entrada dos animais no confinamento unida a um manejo alimentar adequado, resultam em animais abatidos no tempo planejado com a terminação desejada.

Leia também: Confinamento de boi dá lucro?

 

Sobre a COIMMA

A Coimma é uma empresa respeitada pela sua história, pela sua contribuição no desenvolvimento da pecuária e pela sua participação ativa no mercado e na comunidade empresarial, tanto a âmbito estadual quanto no nacional.

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