No Brasil o rebanho bovino chegou a 196,47 milhões de cabeças segundo a base censo preliminar divulgada pela ABIEC no Beef Report para o ano de 2022. Ainda segundo o senso, considera-se que o MT tem a participação de 14,15% do gado bovino nacional, seguido por Minas Gerais (11,33%), Mato Grosso do sul (11,21%) e Goiás (10,03%). É o que mostra os indicadores da pesquisa realizada pela Athenagro, utilizando os dados do IBGE (2021). A produção de bovinos de corte no Brasil em geral, tem uma necessidade na intensificação de modernização e uso de tecnologias o que pode implicar na taxa de natalidade nas matrizes, na quantidade em kg de terneiros desmamados por vaca/ano, e redução na idade de abate.
As pastagens brasileiras favorecem a produção no país e também possibilitam o atendimento da grande demanda de produção de alimento. As forrageiras na bovinocultura de corte têm sua importância voltada ao seu baixo custo relativo de produção e a sua qualidade. As condições favoráveis que o país apresenta como umidade, temperatura e luminosidade são fatores determinantes na produção de uma boa pastagem, além de fatores controlados pelo homem como a adubação e irrigação, onde estes forem possíveis. A disponibilidade e a qualidade das forrageiras são influenciadas pela espécie e pela cultivar, pelas propriedades químicas e físicas do solo, pelas condições climáticas, pela idade fisiológica e pelo manejo a que a forrageira é submetida. Para que as forrageiras atinjam seu ponto máximo de produção todos os fatores citados acima devem ser entendidos e manipulados de modo que se possa maximizar a sua produção (Euclides, 2001).
A variação que ocorre na produção de forragem no campo nativo durante o ano é bastante alta devido à variação das condições climáticas que afetam a quantidade e qualidade da mesma. E assim, ainda convive-se com o período de entressafra, ocasionado por fatores climáticos como a temperatura, umidade e comprimento do dia, e agravados pela fertilidade do solo e manejo inadequado. Este período é conhecido pela estacionalidade da produção, o que é considerado uma grande dificuldade na produção do boi em pasto. Para bovinos de corte este período é muito comprometedor, pois na época de grande produção de matéria seca do campo nativo, seu ganho médio diário é elevado e quando se entra no período de estacionalidade de produção forrageira, os ganhos caem muito, podendo até faltar alimento (Restle, 1999). A produção de bovinos de corte baseada exclusivamente em pasto nativo praticamente inviabiliza o sistema, pois resulta em idade avançada de abate dos machos e da primeira parição das fêmeas, elevado índice de mortalidade e baixos índices reprodutivos dos rebanhos, além de uma carne de pior qualidade (Restle, Pacheco e Vaz 2004). A preferência por vários fatores, ainda é dada aos campos nativos, que infelizmente geram o boi sanfona, devido a determinadas épocas do ano em que a produção forrageira é alta, e o ganho médio diário é maior, porém durante o vazio forrageiro na época de inverno, os ganhos diminuem e consequentemente os animais são prejudicados, o que representa dificuldades e quedas na produção.
Arthur Fernando Lorena de Almeida
Graduando em Zootecnia
FCAT - UNESP Dracena

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