01Set / 2015
A bovinocultura leiteira de pequeno e médio porte é uma atividade crescente na região oeste do estado de São Paulo, porém como toda atividade, tem seus agravantes. Um dos principais empecilhos da produção é a estacionalidade de crescimento das forrageiras, caracterizadas por elevada produção de matéria seca no período chuvoso e quente do ano, reduzindo na estação fria e seca.
Umas das alternativas para minimizar esse problema é o uso de cana-de-açúcar, recurso forrageiro de larga produção durante o ano todo, inclusive no período seco e frio.
No entanto, sabe-se que para otimizar a produção tem que estabelecer uma fermentação ruminal estável, respeitando a proporção de energia e nitrogênio no rúmen, visando maior produção microbiana logo, maior produção.
Sabe-se que a cana-de-açúcar possui baixo teor de proteína (fonte de nitrogênio) e minerais, e a adição de uréia na dieta é uma estratégia de balancear a concentração de energia e nitrogênio, suprindo as exigências metabólicas do animal.
A estratégia consiste em fornecer uma mistura composta por cana-de-açúcar, uréia e sulfato de amônia, da seguinte maneira:
Modo de preparo:
A mistura de uréia mais sulfato de amônia deve ser na proporção de 9 partes de uréia e 1 parte de sulfato, deve ser feita obedecendo corretamente às proporções, e posteriormente armazenados em sacos plásticos longe do alcance dos animais para evitar intoxicação.
A quantidade administrada deve ser diluída em água (1000 g para cada 4 litros de água) e espalhado de forma homogênea, em cima de cada 99 kg de cana moída. A mistura final deve ser oferecida em cocho apropriado. É importante acesso a água e sal mineral à vontade aos animais.
Porém, há algumas precauções ao fornecer aos bovinos dietas com ureia, dentre elas:
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Adaptar os animais a ureia. Na primeira semana fornecer apenas metade da quantidade final, para que o fígado se adapte a alta concentração de uréia (amônia). A partir da segunda semana pode-se administrar a quantidade total;
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Usar variedades de cana-de-açúcar produtivas, com altos teores de sacarose;
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Após a colheita não estocar cana por mais de dois dias;
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Usar ureia mais fonte de enxofre (sulfato de amônio) nas dosagens recomendadas;
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Homogeneidade da mistura: uma boa mistura evita riscos de consumo excessivo da uréia, prevenindo eventuais intoxicações;
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Manter água e sal mineral à disposição dos animais.
Diante do exposto, a estratégia é umas das formas de manter a produção ao decorrer do ano, amenizando o efeito da sazonalidade e até mesmo aumentando a produtividade da atividade.
Osvaldo Alex de Souza
Graduando em Zootecnia
UNESP – Campus de Dracena

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