A pecuária brasileira mostrou avanços nos últimos anos e tem importante papel na evolução da economia e do desenvolvimento do País. Dessa maneira, o Brasil consolidou-se como o maior exportador mundial de carne bovina. Tudo isso se deve à modernização que ocorreu na bovinocultura de corte do Brasil nas últimas décadas, resultando em melhorias na produtividade dos sistemas de produção e na qualidade do produto. Esse ganho foi obtido através dos avanços alcançados nos componentes ligados ao manejo, à alimentação e ao potencial genético dos animais.
Por se tratar de dois segmentos diferentes dentro da pecuária, a produção de gado comercial e genética se altera fluxo e comercialização de toda a propriedade, pois reúnem grandes segmentos com amplos tipos de negócios. Logo o comercial mostra ser o mais representativo.
Quando falamos em gado comercial, seguimos um fluxo ou um padrão de calendário pecuário e ou ano pecuário que vai de julho a junho, no qual ocorrem algumas concentrações de manejos bem com:
-Parição: Agosto a Novembro
-Reprodução: Outubro a Março
-Diagnósticos Gestacionais Final e descartes: ou seja, descartar as vacas vazias, Abril a Julho
-Desmama e Comercialização: Março a Junho
Essas premissas de manejos podem ser medidas e balizadas através do fluxo de crias, ou seja, a quantidade de animais nascidos. Os trabalhos dentro das propriedades de gado comercial se concentram nos nascimentos, reprodução e desmama, pois, são essas métricas que os nortearam de acordo com a precificação em relação a oferta e demanda do mercado respeitando esse ciclo. Isso proporciona um ágio rápido e de qualidade a propriedade.

Fonte: EUCLIDES FILHO (2000)
E acompanhando esse ciclo, dentro do que tange a bovinocultura de corte comercial, nós temos algumas possibilidades que são:
- Cria
- Cria e Recria
- Recria e Engorda
- Engorda e Terminação
- Ciclo completo
Quanto mais atividades tiver, maior a demanda de espaço numa fazenda, onde, durante todos esses processos obtemos a comercialização de:
- Bezerros - machos e fêmeas
- Vacas vazias - gordas e magras
- Novilhas de reposição
- Garrotes
- Boi gordo
Eventualmente, vacas prenhas ou paridas, essa demanda se dá em épocas específicas onde não tenham condições ambientais, mediante nutrição adequada. Onde todo objetivo é buscar a conquista de bons índices reprodutivos, ser referência em sua região, agregar preços/precificação, realizar sempre uma boa gestão do rebanho tendo o controle da propriedade, consolidando assim as possibilidades que visam a pecuária de corte comercial.
Genética!!
O melhoramento genético animal consiste na mudança da composição genética das populações, com base em duas estratégias fundamentais, seleção e sistemas de acasalamento, que exploram a variabilidade biológica dos animais dentro das espécies.
Logo os rebanhos de genética servem ao comercial!!
Dentro da estrutura tradicional de um programa de melhoramento genético animal onde temos uma pirâmide dividida em três segmentos: rebanhos núcleos, multiplicadores e comerciais. Por sua vez obedecem um fluxo/ciclo de maior volume para comercialização de genética, que é de Junho a Novembro.

A genética proporciona a evolução nos desempenhos dos animais que são criados dentro de um mesmo ambiente com as mesmas condições de criação. Sendo assim um dos pilares fundamentais para a produção. Podemos dizer que a genética é um dos segmentos da pecuária de corte!!
Porém, quando trabalhamos com gestão de rebanhos Genéticos, temos um fluxo diferente do gado comercial. Um dos maiores desafios enfrentados neste fluxo é “fazer” bons animais nos quais atraiam os olhares do mercado comercial, como se fosse uma “prateleira” ou uma vitrine de compra. Para compor essa vitrine o pecuarista de genética precisa se atentar aos seguintes tópicos:
-Tem um enfoque maior na reprodução, pois visa sempre multiplicar os animais melhoradores, criando assim variabilidade genética, saber o máximo sobre os pedigrees e comprovar a precocidade sexual dos reprodutores e matrizes. Esse desafio traz o pecuarista a trabalhar com nascimentos dos animais no cedo fazendo-se a comercialização seja garantida dentro dos dois anos de idade;
- O fornecimento de ambiente e condições nutricionais capazes de garantir ao animal expressar todo o seu potencial genético, trazendo confiabilidade na seleção dos animais melhoradores;
- Investir em ferramentas e ou softwares de coletas de dados, nas quais te garantam a gestão e auxiliam com informações na seleção e na tomada de decisão dentro da propriedade;
- Ter um corpo técnico e colaboradores engajados, para conduzir o rebanho e o projeto ali estabelecido pela propriedade, ter um apoio de empresas ou programas de melhoramento genético que fomentem com propaganda e marketing da sua propriedade;
- Estar sempre atentos às pesquisas que estão sendo desenvolvidas e as ferramentas a serem aplicadas na melhoria do rebanho.
Por fim, os rebanhos de Genética por se diferirem do comercial, por ser um trabalho voltado a multiplicação dos reprodutores de alto valor genético, por sua vez tem um maior custo de produção, um melhor potencial de rebanho, menor giro dentro do rebanho e o maior valor agregado ao rebanho. E quando linkamos a genética com o comercial trabalhamos com três modelos de mercado:
- Rebanhos com maior valor genético que empregam as melhores ferramentas e técnicas de seleção, tendo em vista produzir animais com maior valor genético e sempre apurando-os.
- Rebanhos voltados ao comercial e mesmo assim com alto valor genético agregado, produzindo matrizes e reprodutores nos quais são contratados por centrais a serem multiplicadores destes materiais, logo também podem ser destinados para rebanhos comerciais.
- Rebanhos em escala comercial, onde passam por rigorosos processos de seleção baseados em avaliações genéticas e acasalamentos dirigidos, sempre com o comportamento de atender a demanda em grande escala do comercial através dos reprodutores.
Os rebanhos comerciais não estão muito envolvidos nos processos de seleção dos animais, contudo alcançam o progresso genético, por meio do uso do material genético das camadas superiores.
Finalmente, o objetivo dos rebanhos comerciais é fornecer os produtos de origem animal, para o mercado. Logo quanto maior o valor genético do seu rebanho e mais conhecida for a sua marca maior será a sua valorização dentro dos mercados genéticos e comerciais.



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