23Mai / 2014
Juntamente com o processo de domesticação dos animais de produção, ocorreu a intensificação da interação entre o ser humano e os animais. Por conta disso são realizados estudos que associam a interação com os animais e a melhor qualidade de vida para o homem.
O número de experimentos envolvendo o bem-estar dos animais de produção tem tido uma crescente demanda em todo o mundo. Peixoto et al (2011) comprovou que o temperamento é uma importante característica de comportamento animal, pois está relacionado ao bem-estar animal e à eficiência econômica do sistema de produção.
O bem estar animal no sistema de produção não está associado, necessariamente, com o aumento de custos para o produtor agropecuário.
Segundo Fraser & Broom (1990), um consenso foi criado pela sociedade, aonde os animais domésticos, pelo fato de serem domesticados, merecem condições mínimas de bem estar para produzir o que devem produzir, porque a mudança de tal estigma traria aumento de custo e consequentemente inviabilizaria o sistema produtivo. Contudo estudos mais recentes comprovam que condições mínimas propiciam produções mínimas, seguindo tal raciocínio, melhorar as condições de manejo, instalações e alimentação dos animais podem trazer benefícios econômicos para a propriedade.
A bovinocultura de corte e de leite tem crescido alarmantemente nos últimos anos, todavia as pesquisas realizadas nestas áreas têm se direcionado quase que estritamente à nutrição, melhoramento genético e a reprodução dos animais. Embora tais experimentos tragam, de alguma forma, contribuições para o setor de carne e leite no Brasil, o animal acaba sendo comparado a uma máquina.
Conhecer o comportamento de bovinos leiteiros é uma forma de facilitar o manejo mais crítico, que é a hora da ordenha, além de facilitar o trabalho do funcionário, porque evita que haja estresse na hora de ordenhar e tratar os animais, fazendo com que o mesmo utilize da violência para resolver o problema.
O mesmo pode se dizer do comportamento de bovinos de corte, aonde funcionários treinados, pelo profissional que entenda do comportamento destes animais, trabalham com menos estresse e mais rápido. Por exemplo, a utilização da bandeira no curral dispensa a necessidade de gritos e choque nos animais na hora do manejo. Este foi um tema abordado no evento Beef Summit, realizado pelo Beef Point em maio deste ano, aonde a pesquisadora norte americana, Drª Tample Grandin, defendeu a ideia sobre a importância de se treinar a equipe a fim de fazer uso da bandeira no momento de carregar e descarregar os animais, assim como nos manejos de vacinação, vermifugação, pesagem, entre outros que façam uso do curral juntamente com o tronco.
Outro ponto de grande importância, colocado pela Drª Tample Grandin, é a valorização do trabalho correto da equipe da fazenda, pois isso trará benefícios ao bolso do produtor.
Neste cenário, o estudo do comportamento dos bovinos pode abrir caminho a uma nova perspectiva para o modelo padrão, ou convencional, de produção de carne e leite com qualidade.
A sociedade passará a exigir formas práticas e transparentes de oferecer garantias de que os animais recebam tratamento eticamente aceitável. Assim como, serão feitas também, exigências sobre o conhecimento das formas de avaliar o bem-estar animal, fazendo com que sejam compartilhados com os diversos fatores que interagem com animais nas áreas de produção, pesquisa, ensino, lazer e outros relacionados (Zanella, A. J. 2010).
Polyana Takashima Fabre
Universidade Estadual Paulista
UNESP, Campus Dracena
Aluna de Graduação - Zootecnia

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